Estratégias para a internacionalização de marcas brasileiras. 

D.J. Castro, Especialista em Branding dá dicas, analisa o mercado brasileiro e aponta que o comércio internacional do país peca por não focar em marcas globais.

D.J. Castro, Especialista em Branding dá dicas, analisa o mercado brasileiro e aponta que o comércio internacional do país peca por não focar em marcas globais.

Muitos empresários têm o desejo de ter seus produtos e serviços oferecidos em todo o mundo. As marcas que focam em crescimento encontram na internacionalização de produtos uma grande oportunidade. Por isso, essa é uma tendência recorrente. Somente em 2019, as empresas brasileiras exportaram mais de US$ 225 milhões, conforme dado divulgado pela ComexStat.

Entretanto, você já parou pra pensar porque existem poucas marcas brasileiras com atuação internacional? De acordo com o especialista em branding, sócio-proprietário da Nexia Branding, D.J. Castro, o tamanho do mercado brasileiro é uma bênção mas, às vezes, também uma maldição. “Uma bênção porque oferece mais de 215 milhões de consumidores em um dos maiores mercados internos do mundo. E uma maldição porque acaba fazendo com que as empresas não foquem em preparar suas marcas para o mercado global”, explica. 

Castro aponta que comércio internacional do Brasil é predominantemente baseado na venda de commodities e matérias-primas. “O foco é a venda de produtos, e não na construção de marcas globais, são pouquíssimas as exceções. Assim, podemos observar empresas brasileiras centenárias com atuação internacional fraca, sem poder de marca fora do mercado nacional. Em contrapartida, vemos mercados muito menores produzindo uma série de marcas internacionais”, explica.

Um grande exemplo é Israel, o segundo maior mercado de startups do mundo. Cada startup israelense é criada com foco no mercado global. “Se você usa o aplicativo Waze no seu celular, está diante de um exemplo dessa abordagem. Um grande objetivo para os negócios no Brasil é a internacionalização de marcas. E é um desafio que deve envolver a decisão empresarial, o foco estratégico e a implementação consistente”, aponta Castro. 

6 dicas para internacionalizar marcas brasileiras 

D.J. Castro explica que as marcas tradicionais precisam dedicar energia para expandir seus horizontes de negócios, ou seja, elas precisam nascer prontas para o mundo. “O Brasil tem potencial para criar novos players globais nos mais diversos segmentos. O cenário de mercado, as convergências tecnológicas e até o câmbio são favoráveis. No entanto, antes de investir nessa prática, é importante saber como avaliar qual estratégia é adequada para o negócio, quais são os tipos de internacionalização do produto e como fazer isso da melhor forma”, comenta. 

Abaixo o especialista lista algumas dicas para a internacionalização de marcas: 

  1. Faça uma análise de marcado: esse é o primeiro passo. Antes de colocar em prática qualquer ação, principalmente a de internacionalização de marca, é necessário estar alinhado com o mercado. Com isso é possível ter informações sobre a situação do mesmo, a concorrência e as demandas de consumo. Saber como se comporta o mercado, é o primeiro passo para avaliar a viabilidade de expansão e estudar a possibilidade de colocar o processo de internacionalização em prática. 

  2. Foco nos clientes: entender o comportamento de consumo dos seus clientes em potencial, dentro e fora dos limites territoriais do país em que sua marca atua é outro passo importante. 

  3. Conheça a legislação: quando se trata de tratativas internacionais, não podemos esquecer que a legislação dos países é diferente, por isso, entendê-la e conhecê-la é necessário para evitar problemas futuros. Primeiro, é preciso compreender as regras aplicadas no Brasil, para realizar todos os trâmites necessários para a legalização das exportações. Além disso, é necessário entender como é a legislação dos países para os quais a empresa pretende exportar. Vale lembrar que os produtos enviados passam por agências reguladoras e pela alfândega, que fazem a conferência do cumprimento das regras.

  4. Invista em estratégias de marketing: nós já sabemos que o marketing é a chave dos negócios. Claro que o sucesso na internacionalização depende de diversos fatores, mas o marketing é um dos principais. É preciso desenvolver estratégias para alcançar o público-alvo em outros países, para que os consumidores conheçam os seus produtos e se interessem pela compra. O bom é que hoje a internet é uma excelente aliada nesse processo, facilitando, assim, a utilização de estratégias em diversos canais, ferramentas de busca, redes sociais, sites parceiros e marketplace. 

  5. Planejamento de atendimento e logística: esse é um ponto fundamental para atrair e fidelizar os consumidores, então é preciso ter canais disponíveis com profissionais capacitados para atender às demandas. Já sobre a logística, preço, despesas existentes como frete, impostos e tempo de entrega são pontos a serem pensados e alinhados com perfeição. 

  6. Adeque sua empresa e avalie as demandas e a sua capacidade produtiva: após entender o mercado, é necessário olhar para dentro da marca considerando o cenário atual e as eventuais necessidades do mercado. Como o seu negócio se posiciona frente às necessidades? Será que você consegue atender as demandas atuais e ainda suprir as do mercado externo? A sua empresa tem capacidade produtiva para oferecer produtos ao mercado internacional? Antes de realizar a internacionalização é preciso ter certeza sobre à capacidade da marca em lidar com as demandas do mercado internacional. 

Tipos de internacionalização 

Quando se fala em internacionalização de marcas, é preciso entender quais são as alternativas existentes para quem deseja entrar no mercado exterior. Com isso, existem: 

Exportação: considerada a opção mais comum, a exportação é quando é prestado o serviço ou produz itens no Brasil, mas vende para o exterior. 

Franquia de marcas: a marca oferta um pacote de produtos, sistemas e suporte de gestão para que os empreendedores abram uma unidade em outros países.

Investimento direto: quando a empresa é dona de uma unidade do negócio em outro país.

Joint Venture: São empresas autônomas que cooperam entre si para ter uma filial em outro país.


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